
Quero voltar a trabalhar com dignidade. Ajuda-me a levantar
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“Sou mãe, filha e mulher… e estou a lutar para não cair”
Olá, sou a Jéssica.
Sou mãe solteira, filha cuidadora e empreendedora. Tive um café durante 20 anos — um espaço que construí com suor, alma e muito amor. Mas a vida virou-se do avesso… e tive de fechar as portas em lágrimas, sem forças para continuar.
Hoje, continuo a lutar. Faço pão com chouriço, hambúrgueres e outras comidas para tentar sustentar os meus filhos, cuidar da minha mãe (que está acamada) e manter a casa de pé.
Sozinha. Todos os dias. Com o corpo cheio de dores e a cabeça cheia de preocupações.
Em 2024, apostei tudo para recomeçar. Fiz créditos para vender em feiras, investi o que não tinha… e não correu bem. Acumulei dívidas que hoje me sufocam.
A minha situação neste momento:
• Tenho duas contas bancárias penhoradas;
• O meu carro está parado há um ano por avaria e também está penhorado, com três prestações em atraso;
• Tenho 5.000€ em dívida às Finanças;
• E mais de 4.500€ em créditos que fiz para as feiras.
Embora não esteja junta, o pai dos meus filhos está preso.
O único que ainda trabalha cá em casa é o meu pai, que me ajuda nas despesas, mas também está cansado e sobrecarregado.
Hoje mesmo, pedi ajuda a um “amigo” para pagar um fornecedor — mandei-lhe 150€… e ele desapareceu.
Sinto que estou a chegar ao meu limite.
Mas mesmo assim, continuo a fazer o que amo: cozinhar com alma.
Para mim, a comida é sagrada.
Faço oração a cada massa de pão que preparo.
Acredito que a minha alma está ligada àquilo que cozinho.
Mas confesso: com tanta dor, exaustão e contas para pagar, já me custa alimentar os outros quando me estou a apagar por dentro.
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Por isso hoje, com o coração apertado, peço ajuda.
Quero reorganizar a minha vida.
Quero recuperar o carro para poder trabalhar melhor.
Quero pagar parte das dívidas e voltar a ter cabeça para cuidar da minha família com dignidade.
Mesmo 5€ já me ajudam.
E se não puderes contribuir, partilha.
Pode chegar a alguém que tenha passado por algo parecido e me entenda.
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A quem possa julgar-me…
Sim, sou de Setúbal. E muitos conhecem a história da minha mãe, que começou com 2€ no bolso, rodeada de dificuldades e gente que a enganou.
Eu comecei a trabalhar com 9 anos para a ajudar.
Sempre fomos mulheres de garra. Tivemos alturas melhores, mas nunca foi fácil.
Se hoje estás a ler isto e pensas:
“Ela está a fazer-se de vítima…”
“Estão a inventar…”
Pára um pouco. Olha bem. Pergunta a quem me conhece.
Eu nunca pedi nada a ninguém.
Nunca vivi de ajudas.
Trabalhei até à exaustão.
Mas agora, estou cansada. Estou aflita.
E pedir ajuda, quando já tentei tudo, não é fraqueza — é coragem.
Vergonha devia ter quem fala sem saber.
Vergonha é virar a cara quando alguém está no fundo.
Eu não quero pena. Quero dignidade.
Quero recomeçar. Quero poder alimentar os outros com amor e com paz no coração.
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Obrigada por leres. Por sentires.
Se me quiseres ajudar a sair deste buraco, do fundo do coração: obrigada.
Se só puderes partilhar, também já é uma bênção.
Com gratidão,
Jéssica — “A Preta do Pão”
Organiser
Jessica Guardado
Organiser
Setúbal, 15