Casinha a Oeste para a Joana, com quarto para os amigos

Sou amiga da Joana desde o tempo sem princípio, um tempo imensurável.

Ao longo do caminho que temos feito (neste tempo daqui, que também partilhamos), muitos sonhos têm-se realizado - desde viagens em carris e carruagens dos anos 90 (muitas), temporadas de aprofundamento dos estudos, curiosidades e inquietações fora de Portugal (com bolsa, sem bolsa, descalças ou com pé de meia quentinho para o frio), outras viagens, mais espirituais, essenciais e, até, intercontinentais e, entre uma série de outras tantas realizações, uma companhia de teatro que se constrói a cada dia há mais de duas décadas, e se fortaleceu através da nossa dedicação - vou ter mesmo de escrever - altruísta, pois durante anos investimos os nossos esforços, tempo, energia, e o dinheiro que não tínhamos, a semear, nutrir e apresentar criações que foram base ou pilar de um futuro (agora, presente) reconhecimento.

Lembro-me dos ensaios, em 2007, do percursor Carta Oceano, espectáculo em

que nos dirigíamos directamente ao público, em diversos momentos que denominávamos ‘momentos políticos’, e em que do nosso lugar de pós-memória falávamos sobre a Revolução ou sobre a guerra colonial, mas se cito Carta Oceano é porque recordo ainda hoje que a minha amiga Joana fazia viagens Lisboa/Caldas da Rainha/Lisboa, como uma actriz faz o aquecimento de corpo e voz antes de qualquer ensaio ou espectáculo.

E não é que essas viagens duram até hoje …

… é que, como sabem, a Joana tende a adicionar missões à sua vida, mais do que a interrompê-las.

Agora tentem fazer as contas aos quilómetros ao longo de todos estes anos, como professora na ESAD.CR e apaixonada pela construção de um projecto de escola… embora o melhor seja mesmo pensarem nas inúmeras vidas com quem ela tem partilhado as suas inquietações, pensamento artístico, posicionamento político, a sua ética, humanidade, cidadania construtora de comunidades de esperança e transformação.

Há muito que a Joana sonha em poder repousar alguns dos seus livros numa pequena casa no campo, mais a Oeste onde se põe o sol, de preferência com mais um quarto para receber os amigos.

Eu gostava muito de a apoiar a realizar mais este sonho e convido-vos a vocês a juntarem-se a esta realização - se acharem bem, se puderem, e com o que vos for possível. Como partilha o monge e filósofo budista Nichiren Daishonin, ‘É o coração que é importante.’ (WND-1, 1000)

O propósito deste fundo é ajudar a Joana a reunir um valor para a entrada dessa casa (… mais ao pôr-do-sol), que terá certamente um quarto com livros (… e chá), à nossa espera.

A campanha tem início no dia dos 50 e termina na data da assinatura do contrato promessa desta casa por vir,

“uma casa [continua a ser] a coisa mais importante da vida”

com gratidão - por ela e por vocês - e muita alegria,

a amiga irmã desde o tempo sem princípio

Tânia