Deixei de conseguir pagar contas II

Olá a todos e a todas minhas pessoas do coração. Há 3 meses atrás recebi desta imensa comunidade uma ajuda tremenda que literalmente me salvou de uma derrocada enorme, cortesia da autoridade tributária. Afastei-me um pouco das redes sociais mas continuei a trabalhar e a focar-me em novos projetos (Livestream Popular e a Virtual Tasca). Não desapareci por vergonha ou por ser anti-social, mas senti que precisava de uma descompressão de todo o stress que me assolou e senti a necessidade de uma “dieta” de redes sociais. Infelizmente, da mesma forma que parecia que iria voltar ao trabalho neste “novo-normal” através de novas plataformas e até mesmo ao vivo com as condições impostas pela DGS, há cerca de uma semana que me foram cancelados/adiados os trabalhos do mês de Julho. Quando as coisas pareciam estar a entrar nos carris, mesmo que de uma forma frágil, resolvi investir o meu tempo, meu capital humano e de alguma forma reinventar as minhas capacidades técnicas nesta novo normal. Infelizmente e mais uma vez, o estado que não me apoiou me bate à porta. Mais uma vez, sou presenteado com um IMI de 600€ e um presente do IRS de 232€. Desde 8 de Março que todo o income que tive foram a ajuda de pessoas que me ajudaram, a Gestão de Direitos dos Artistas e os novos projetos a que me predispus. Não me esqueci de todo do que esta comunidade fez por mim, colegas técnicos, músicos, antigos colegas de escola, amigos e conhecidos: deixaram de existir rótulos destes para mim porque passaram automaticamente a fazer parte de mim e que me ajudaram a ultrapassar este mergulho de cabeça no início da pandemia. A todos os que me ajudaram de todas as formas, fosse com uma SMS ou contribuição, fosse com um telefonema, baixo a minha cabeça perante vós e não há palavras ou ações que eu possa ter que alguma vez na vida possam traduzir o impacto que as vossas iniciativas tiveram em mim. Esta nova ajuda que peço, não a peço porque passo fome, peço simplesmente porque de momento não consigo mais uma vez resistir a este monstro do Estado Português que mais uma vez ergue a sua cabeça e me exige 232€ de IRS e outros 600€ de IMI referente a um T1 em Moscavide à minha mãe doente crónica pensionista que tem uma reforma inferior ao ordenado mínimo. Isto não é justo, mas a vida não é justa ao que parece. Não peço esta ajuda para ir de férias, não a peço para comprar um carro luxuoso, mas sim porque não consigo lutar contra o Estado. O mesmo estado que deixou o meu pedido de apoio aos Recibos Verdes pendente durante 3 meses para receber uma notificação de indeferimento. O mesmo estado que nos obrigou a assinar uma declaração de honra que voltaríamos ao trabalho 8 dias depois de levantarem o estado de emerencia, sabendo bem que todo este sector continua e continuará parado. O mesmo estado que nos diz para sairmos à rua, mas não todos ao mesmo tempo. O mesmo estado que nos diz que vai ficar tudo bem enquanto venues lutam por sobrevivência, empresas que fecham portas, artistas que recorrem à mendicidade . Não vai ficar tudo bem, mas nem tudo será mau. Sim, vou continuar a aprender e a lutar para me reinventar em plena pandemia, mas de momento não o consigo fazer sem ajuda de um monstro que me ameaça com penhoras de bens imóveis. Peço esta ajuda e irei continuar o meu trabalho, mesmo que nos mínimos olímpicos de momento. Irei lutar para sobreviver como sempre o fiz. Peço esta ajuda para conseguir ultrapassar mais uma onda (espero que seja a última do ano). Quem puder contribuir com 1€ ou o que seja, mais uma vez ficarei em vossa eterna dívida espiritual e eventualmente financeira. Obrigado e acreditem que me custa tanto escrever este texto quanto me custa saber que alguma eventual ajuda acabará nos cofres de um estado que não quer saber de nós e corre para salvar uma companhia aérea. Se em alternativa a este site me quiserem ajudar a derrotar o monstro podem fazê-lo por MBWAY - 966398727 Quem não puder/quiser contribuir convido-vos a visitar a página da União Audiovisual, que tem feito imenso por muitos colegas de profissão. Gonçalo Silva - Técnico de Som e Músico, parado desde 8 de Março sem apoio da SS e atrelado ao monstro da Autoridade Tributária e Financeira.