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Chamo-me Márcia!

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Chamo-me Márcia Guedes. Tenho 59 anos

Tento sobreviver e conviver com diferentes carcinomas (câncer)
Uns no meu corpo: pulmão, ossos e fígado, agora em metástase;
Outros, no coração de alguns governantes, no cérebro de alguns representantes do povo, no pulmão do Sistema de Saúde do Governo do meu País, o Brasil.

Sou filha natural da Bahia, um dos estados do Nordeste deste País. Vivi durante muitos anos prestando meus serviços ao sistema educacional de um outro estado, o Pará. O segundo maior do País em extensão territorial e o mais povoado da região Norte. Neste, edifiquei um dos meus melhores patrimônios: meus filhos.

Durante toda a minha vida produtiva, com ou sem saúde, estive a serviço das comunidades ricas, pobres, miseráveis, de drogados, com deficiências motoras, mentais, enfim...

Por onde passei, cultivei amigos, deixei sorrisos, histórias de sucesso e superação. Para tais fins, por exemplo, fundei ONGs, através das quais jamais medi esforços, jamais neguei auxílio a qualquer uma dessas comunidades, tampouco as criei pensando em poder. Distante dos meus pais e irmãos, dediquei minha vida formando cidadãos, orientando famílias... A cada ação, minha família se ampliava, expandia-se também na não-consanguinidade.

Em Julho de 2015, senti nódulos na mama esquerda. Eles eram doloridos. Intuída, fiz ultrassom e de bihids 4 por minha conta, pois suspeitava malignidade. Levei-os à médica, que, assustada, orientou-me a fazer, em caráter de urgência, uma mamografia, e a procurar um mastologista.

No dia seguinte à mamografia, que acusou bihids 5, tentei ir ao mastologista, sem sucesso.  Somente havia vaga para outra semana, mesmo assim no particular.

Atônita, liguei para meu filho e disse que estava com câncer, mas que não queria me tratar no Pará, longe da família. Estava assustada, tocada com a notícia.

Meados de agosto de 2015, dia 12 para ser exata, cheguei em minha terra natal, Paulo Afonso, Bahia, e fui procurar Dra. Lulinha, acompanhada de minha irmã, Gorette, que também havia tido câncer e se curou. Ao ver os exames, de pronto deu-me o encaminhamento para Salvador, capital da Bahia.

Fui na Secretaria da Saúde e dei entrada nos papéis, sendo encaminhada para o Hospital Aristides Maltez. Lá, iniciou-se todo um tratamento, que culminou em uma mastectomia.

A MASTECTOMIA


Em 5 de outubro, submeti-me então à cirurgia para retirada total da mama esquerda. Um avilte, uma mutilação sem precedentes. Entre sorrisos e brincadeiras com os meus e com outras pacientes no hospital, escondia minha angústia e decepção, buscando amenizar tamanha tensão, minha e de todos ali. Cada vez que olhava para mim, uma briga interna nascia, com diálogos entre mim e Deus.


Diante da ausência de atenção e de efetivo acompanhamento da médica que me atendia, fomos procurar Dra. Lívia Andrade, a mesma que acompanhou o caso de minha irmã, Gorette. Diferentemente daquela, é uma profissional de postura humanizada, cortês e de uma presteza e docilidade ímpar.

Com a autorização de Dra. Lívia, passei a ser atendida no Hospital de Irmã Dulce, dando início às quimioterapias em novembro de 2015, seguidas de sessões de rádios.

Terminadas as sessões, em julho de 2016, iniciei uma jornada de revisão a cada 3 meses. Depois, a cada 4 meses, e gradativamente se espaçava mais, até que passaram a ser, atendimento e exames, efetuados 2 vezes ao ano. Sabemos que esses exames, ultrassom e mamografia, não previnem nem detectam qualquer sinal de possível metástase, mas as taxas estavam normalizadas, tudo transcorria dentro da normalidade.


Pautada nas pilastres: Deus; família; amigos; médicos; alimentação e uso de Fitoterápicos, passei a receber congratulações pelos avanços alcançados de restabelecimento da saúde. Isso era muito alentador. Sabia que além daquele escasso aparato que me ofertavam, havia um Deus muito Dono da situação, Ciente de tudo e Providente. Sentia-me 100% nas mãos dEle.  

Voltei ao Pará, onde passei um tempo tentando retomar minha vida conjugal. Tomava todos os dias o Anastrazol, que, segundo a médica, não inibia a proliferação das células cancerígenas. Em novembro de 2018, comecei a sentir cansaço. Procurei médicos no Pará, os quais asseguravam não haver nada demais na leitura do raio X.

As minhas idas e vindas, minha cirurgia, a mutilação, minha dedicação ao Ivecan - Instituto Vencendo o Câncer, que fundei para ajudar aos iguais e seus familiares, deixaram-me ausente da minha relação conjugal alguns meses e isso culminou numa separação, com litígio, solicitada pelo meu cônjuge. Outro desgaste. Tudo que adquiri em minha vida foi fruto do meu trabalho, de herança familiar e de minha primeira relação conjugal de mais de 25 anos, com o pai dos meus filhos. Essa é uma relação nova, de apenas cinco anos, dos quais em sua maioria, estive sozinha, lutando contra o câncer. Agora, em setembro próximo (2019), ela findará, com uma audiência de separação, na qual terei de estar presente e escutar exigências fora de propósitos.

Em janeiro de 2019, levei o raio X ao mastologista em Salvador. Este também disse que não tinha nada. O cansaço continuou, a respiração estava diminuta, oprimida, dificílima. Novamente intuída, resolvi ir ao cardiologista em Paulo Afonso, fazer um ecocardiograma, pelo qual detectou-se que o coração estava atrofiado do lado esquerdo, devido às quimioterapias e radioterapias. Havia sinais de um derrame no pericárdio.

Logo em seguida, fui à Dra. Livia, no Hospital Irmã Dulce. Esta, diferentemente dos demais, ao ver o raio X e o cansaço que eu estava, mandou fazer urgente uma tomografia computadorizada, o que confirmou metástase no pulmão. 

Novamente, buscando saídas para ajudar-me, ela me encaminhou a um grupo de pesquisa da Bélgica, passando a ter acompanhamento no hospital Santa Izabel. Lá, foram realizados exames de tomografia e cintilografia óssea, que detectaram também a progressão do carcinoma, em processo de metástase nos ossos e no fígado. 

Iniciei novamente em fevereiro deste, as quimioterapias semanais e estes acrescentaram ao tratamento medicações imunoterápicas, a exemplo do Ipatarcetib, ou placebo, com pausa a cada 28 dias.

Em julho de 2019, após novos exames, foi comprovado que só houve melhora no pulmão. Os demais tumores aumentaram. Diante do quadro, a médica do tal programa falou-me que era melhor sair da pesquisa, porque o tratamento não estava tendo eficácia, recomendando-me retornar ao Irmã Dulce, para que Dra. Livia continuasse o processo.

Tirei fotos de todos os novos exames e mandei para o Sr. Abraão, dono da clínica Onco Vida, em Paulo Afonso. Queria saber das minhas chances de receber o tratamento por eles em minha cidade.

A Clínica abriu-me as portas, ofertando-me consulta com a mastologista, Dra Mayara, sem ônus, a qual solicitou um tratamento, que pelo SUS chega um custo de 30 mil/ mês, tendo eu entretanto de entrar na Justiça para consegui-lo. A clínica não poderia fazê-lo por mim. Segundo a Dra. este tratamento me dá maiores chances de viver, maiores inclusive que o tratamento proposto pela Dra. Lívia, do Irmã Dulce, que me garante apenas 30% de sobrevida.

Iniciei o tratamento do Irmã Dulce, até obter resposta da justiça do tratamento da Onco Vida, de Paulo Afonso. A resposta me foi favorável, porém a Prefeitura de Paulo Afonso recorreu, dizendo que se o permitisse para mim, todos os pacientes com câncer passariam a rumar para a cidade, o que tornaria a situação insustentável.

Diante de meus olhos e ouvidos, vejo pessoas e as ouço dizerem: “Conheço e tenho apreço por você e sua família, porém não tenho como ajudar...”. ... “Devo muito ao seu finado pai, éramos amigos, mas não posso fazer nada a respeito...”. ...“Sinto muito pelo que está passando, mas nada posso fazer”.

Minhas idas e vindas para Salvador, de ônibus, cansam o corpo sobremaneira, provocando-me uma profunda exaustão. Meus pulmões já não comportam tamanho esforço, porém não desisto de viver. Quero vida pulsando dentro de mim. Creio que ainda tenho muito o que fazer aqui na terra. Tenho enteados adolescentes, filhos deste último casamento de 5 anos, que permanecem comigo, por escolha deles, e a educação destes depende de meu esmero. 

Meus trabalhos junto às comunidades não cessam nem nunca cessarão. Tenho planos de fundar uma nova instituição de apoio a necessitados. Tenho projetos. Quero vê-los implantados.


São muitas as despesas, viagens, alimentação, medicamentos... Sobrevivo da ajuda dos que me amam. E esse meu trajeto de vida merece sim receber um tratamento digno de saúde.


A justiça deu ganho de causa, porém à prefeitura cabe cumprir e não recorrer. Cabe assegurar e não negar um direito que me é garantido pela Constituição.

Aqui, então, abro meu coração e minha voz para pedir a vocês:

Dêem-me condições para seguir o tratamento.


Dêem-me vida para continuar!

Caso queiram ajudar-me via bancos brasileiros, podem fazer o depósito no seguinte banco:

Banco do Brasil. Agência 3245X. Conta Corrente 1421-4. Márcia Maria Guedes de Souza.

Deus os abençoe,

Márcia Guedes


Organizer

Mercia Vail
Organizer
Silver Spring, MD

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